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Por Letícia Leite Nunes

Eleito em maio de 2010 para a presidência da FBHA, o hoteleiro Alexandre Sampaio conta nesta entrevista quais foram as prioridades da sua diretoria nos primeiros seis meses de gestão e apresenta os projetos que mereceram maior atenção da federação este ano. O presidente disse que a entidade tem procurado investir muito em projetos de qualificação, visando preparar o setor para eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, e no fortalecimento dos sindicatos que fazem parte da FBHA em todo o país. Confira:

1- Quais as perspectivas para o setor de Turismo em 2011?

As melhores possíveis. Nossa economia favoreceu nos últimos anos o crescimento de uma classe média ascendente, que resultou em uma demanda constante de produtos turísticos de lazer. A hotelaria e alimentação fora do lar beneficiaram-se de maneira importante com este desenvolvimento, gerando emprego, renda e tributos. Acompanhamos também o nascimento de inúmeros empreendimentos, frutos de empreendedorismo nacional e investimentos internacionais.

2- Qual a sua avaliação da escolha do novo Ministro do Turismo? Quais as expectativas e o que o setor espera de sua atuação à frente da pasta?

O componente político é inexorável em um governo de coalizão e faz parte da prática democrática em vários países do mundo. Tivemos muito boa impressão do ministro Pedro Novais, tanto na sua posse como na primeira audiência por ele concedida à FBHA e à CNC. Creio que o setor espera a participação da iniciativa privada, por meio do Conselho Nacional do Turismo, em parcerias com as entidades governamentais no tocante a projetos de formação da mão de obra e na difusão do turismo, discussão nas normatizações legais do segmento e engajamento do Ministério nas mudanças estruturais que o turismo nacional necessita para crescer.

3- Quais os principais projetos serão desenvolvidos pela FBHA esse ano?

A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), novo nome fantasia da FNHRBS, priorizará este ano o treinamento de colaboradores, com o projeto Bom de Copa, em parceria com o MTur. Estaremos, por meio dos sindicatos nas 12 cidades sedes da Copa do Mundo de 2014, difundindo conhecimento e formação para milhares de funcionários do setor de alimentação, inclusive dos hotéis. Este programa conta com o apoio da Abrasel Nacional. No tocante ao empresariado, conseguimos a extensão do Qualifica Brasil, um curso para donos de pequenos restaurantes e hotéis até o final deste ano, representando um benefício a inúmeros comerciantes, de usufruírem de um programa já consagrado de aperfeiçoamento de gestão. Estamos também montando um pacote de serviços a serem ofertados através de nossos filiados que propiciarão aos sindicatos patronais de nossa categoria um arsenal de ações visando o incremento do associativismo em suas bases.

4- O senhor anunciou na feira da Abav um projeto de instalação de totens com agentes receptivos dentro de bares e restaurantes em todo o Brasil para dar informações turísticas e atender aos visitantes. Como funcionará este trabalho e como está o andamento desse projeto? Tem alguma parceria com a Abrasel nesse sentido?

O projeto de instalação de totens nos principais aeroportos do Brasil está em pleno andamento com geração de conteúdo e informação a ser postada no software das máquinas já funcionando em vários terminais aeroportuários brasileiros. Elas hoje já podem ser vistas gerando dados para viajantes que procuram hotéis e orientação turística sobre a localidade. Em uma segunda fase, ainda este ano, queremos levar estes equipamentos para dentro de estabelecimentos privados em uma abordagem moderna do empresariado, que busca a real satisfação de sua clientela. Nesta iniciativa com certeza contaremos com o apoio e contribuição da Abrasel.

5- Uma de suas propostas quando candidato à presidência da Federação foi o fortalecimento dos sindicatos com a oferta de serviços, para que cada um deles possa atuar de forma mais eficiente no atendimento às demandas dos associados. Com seis meses da nova gestão, o que já mudou neste cenário? Como estão atuando nesse sentido?

Nossos primeiros seis meses de gestão foram para fazer as modificações naturais em uma mudança de administração, discutindo com o staff e a diretoria os projetos delineados durante nossa campanha à presidência. Já visitamos 17 sindicatos desde a época anterior as eleições, bem como no decorrer deste último semestre, no intuito de avaliar e conhecer as necessidades e peculiaridades de cada um deles e de seu empresariado local. Este propósito ajuda a montarmos um menu de opções para parcerias que serão ofertadas a cada um deles. Começará a funcionar a partir de fevereiro para algumas estruturas, uma assessoria jurídica a distancia via WEB, permitindo a consulta gratuita do empresário associado sobre questões trabalhistas, cíveis, comerciais, tributárias, etc. Estas e outras ações visam o fortalecimento de nossos associados, dado que estamos convencidos que o sindicalismo patronal só será possível com uma oferta de serviços que possibilitem as empresas avaliarem a vantagem do vínculo sob a ótica do custo/benefício.

6- Com relação a eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, como a Federação está atuando para preparar o setor para atender ao forte aumento da demanda de turistas que esses eventos vão gerar?

Além dos processos já mencionados, criamos o Pids (Programa Integrado de Desenvolvimento Sindical), que utiliza inúmeros programas de qualidade administrativa de gestão reconhecidos no mercado para a busca de eficiência e competitividade, além de cases de sucesso gerencial, devidamente conhecidos e disponíveis pela internet, para utilização universal e gratuita, em um modelo prático que será acompanhado e implantado nos sindicatos que desejarem. Trata-se de uma ferramenta de auxílio ao funcionamento destas entidades, com foco na modernização das práticas e na sustentabilidade financeira. O Segs (Sistema de Excelência em Gestão Sindical), em parceria com a CNC, é outro processo para os sindicatos filiados ao Sicomercio, com o mesmo propósito, ambos gratuitos visando que estas organizações estejam aptas a responder as demandas de sua base empresarial e aos desafios que a Copa do Mundo trará. Estamos preparando uma consultoria com a colaboração do nosso vice-presidente Wilson Calil, também dirigente da Abrasel, para atuar em regiões em que o desempenho sindical esteja incipiente. É necessário despertamos em nossos colegas sua responsabilidade social e setorial, para uma categoria que terá cada vez mais importância.

No tocante ao segmento em si, nossas prioridades serão a capacitação, a competitividade e o incentivo ao aumento da oferta, através de uma atuação conjunta com as outras entidades patronais, na facilitação e atração de investimento, tanto no Executivo quanto no Legislativo.

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